Mundo 2.0

Estava eu a deambular pela FNAC e reparei que a maior parte dos ecrãs plasma encontram-se com uma definição incrível e com uma qualidade que, vá, é excelente. Um pouco depois vejo em exposição um dos filmes sensação do ano, Viagem ao Centro de Terra que, apesar da dúbia qualidade cinematográfica (por acaso até gostei do filme), aplicou na sua geração e apresentação uma tecnologia que poderá revolucionar o cinema como o som o fez e depois a cor: o 3D.
Olhamos para qualquer lado - até basta ir fazer uma visita à nossa caixa do correio - e lá estão eles: plasmas, LCD's, leitores de Blu-Ray...e subitamente estamos todos com baba a escorrer pela mandíbula porque finalmente podemos ver as coisas com uma qualidade impressionante. É verdade que as televisões actuais e formatos de gravação estão cada vez mais reais. Mas sabem o que também é real e em 3D? O mundo real.

E isto é interessante. Talvez estejam neste momento a franzir o nariz por me estar a referir a isto, mas a verdade é que o mundo inteiro é uma maravilha da tecnologia. No ecrã que vemos à nossa frente (partindo do início que não somos cegos, porque também se fôssemos não estávamos aqui a discutir isto) no dia-a-dia vemos paisagens de milhões de pixeis, ouvimos som Dolby Sorround 7.1 e com subwoofer e até gravamos na mente quantidades infinitas de informação que, alguns vezes agradavelmente e outras nem tanto, nos lembramos passado anos. Então o que nos faz querer gravar tudo como se não houvesse amanhã?

Cada vez mais - e eu incluído - não consigo estar a ver algo (uma espetáculo, fogo de artifício, um bicharoco que seja) sem ter quase a necessidade de pegar num instrumento de registo (uma máquina fotográfica, uma câmara de vídeo, o telemóvel...) e martelar até estar satisfeito. O que nos faz querer registar desta forma cada centímetro do que vemos e ouvimos até fazendo por vezes com que não consigamos prestar sequer a devida atenção ao local onde estamos?

Comentem se faz favor =)

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